Tio Paulito encanta com flores a população do Bié

A digressão Angola que Canta”, que marca os 36 anos de carreira de Paulo Flores, deixou a população do Bié ao rubro na noite do último sábado. Com casa cheia, sem espaço sequer para um “alfinete”, o pavilhão gimnodesportivo do Sporting Clube do Bié revelou-se pequeno para albergar todos aqueles que queriam ver e cantar com “Tio Paulito”, cognome com que é tratado uma das maiores referências do Semba.

O espectáculo começou com um atraso de mais de duas horas, mas tal facto não afastou aqueles que deixaram os confortos do lar para verem e reverem Paulo Flores, o “Tio Paulito”, até porque o repertório prometia. A sua legião de fãs, além de saber esperar, saiu satisfeita e encantada com o que viu.

“Foi um momento emocionante, único, ver todo esse povo maravilhoso da ‘Terra do Perdão’, a prestigiar este espectáculo que marca 36 anos de carreira, de muitas batalhas, sacrifícios, mas também de ganhos e conquistas. E tudo isso devo a essa legião de admiradores, que sempre me prestigiou”, disse Paulo Flores, no fim do espectáculo, que se estendeu pela madrugada a dentro do último domingo.

Acompanhado por amigos de longa data, nomeadamente Yuri da Cunha, Osvaldo Moniz e Prodígio, Paulo Flores fez, bem ao seu jeito, a diferença, tornando-se na principal figura musical que passou pela cidade do Cuito na última década.

Temas como “Njila ya Dikanga”, “Coisas da Terra”, “Quando eu Voltei”, “Makalacato”, ou ainda “O País que Nasceu meu Pai” tiraram do assento até o mais recatado dos espectadores, que ao som proporcionado pela dicanza, batuque, ou mesmo pela guitarra do Tio Manecas, sacudiram todos as “kigilas”, que o dia-a-dia angolano “provoca aos corações e a alma”, como disse em certo momento do espectáculo Tio Paulito.

Os convidados do anfitrião, “Tio Paulito”, Yuri da Cunha e Prodígio brindaram os fãs e amantes da música nacional com suas faixas de eleição, numa noite de fortes emoções para o povo biéno, que viveu momentos de verdadeira nostalgia, viajando no tempo, fruto dos 36 anos de carreira artística, que só um “monstro” com a dimensão musical de Paulo Flores pode proporcionar.

“Este espectáculo, acredito, deixou uma mensagem de esperança para toda a população angolana, em especial a do Bié, que soube vencer as vicissitudes do passado, sabendo perdoar. Espero ter contribuído, com este concerto, para ajudar a desanuviar as almas e promover comportamentos que assegurem paz e carinho nesta parcela de Angola, que é o Bié”, manifestou o cantor.

O “Tour Angola que Canta” já levou ao encanto os fãs das províncias da Huíla, Namibe, Huambo e agora Bié, sendo que, a próxima paragem de Tio Paulito, será na cidade das acácias, Benguela, este sábado, encerrando a “tournée” na capital angolana, Luanda, com dois concertos nos dias 5 e 12 de Outubro.

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