Enquanto muitos artistas optam por manter-se neutros em momentos críticos, Twenty Fingers decidiu ir na contramão e unir-se ao povo nas manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, exigindo mudanças sociais e econômicas em Moçambique. A postura do músico destaca-se num cenário onde figuras públicas frequentemente escolhem o silêncio ou alinham-se aos interesses do sistema.
Essa escolha de Twenty Fingers não é meramente simbólica; ela reflete a sua própria experiência de marginalização. No podcast Moz Pod, o artista já havia revelado sentir-se sabotado e bloqueado pelos “donos do sistema”.
Segundo ele, essa exclusão tem dificultado sua assinatura com grandes marcas, obrigando-o a depender exclusivamente de seus shows para sobreviver. Essa sensação de injustiça parece alimentar sua decisão de usar a arte como uma arma de luta e de aliar-se diretamente ao povo em busca de um Moçambique mais justo.
A postura de Twenty Fingers desafia não apenas o sistema, mas também os colegas de profissão que preferem se omitir. Em tempos de polarização, o músico prova que a arte pode – e deve – ser usada como um catalisador para mudanças reais.