Restos mortais do músico Tubarão, já repousam no Cemitério do Benfica

Os restos mortais de João Pedro Malebo “Tubarão”, falecido na última sexta-feira, aos 61 anos de idade, vítima de doença, foram a enterrar, ontem, no Cemitério do Benfica, em Luanda.

O último adeus ao antigo baterista do grupo Afra Sound Stars aconteceu num clima de consternação e  tristeza por parte de familiares, amigos, colegas e fãs que quiseram, de perto, despedir-se de uma figura que de várias maneiras impactou as suas vidas.

O ex-companheiro de Tubarão, no grupo Afra Sound Stars, Gato Bedseyelem, em declarações ao Jornal de Angola, adjectivou o momento como chocante. “Estou com o coração quebrado. Ver aquele irmão e colega que viveu e conviveu comigo há mais de 40  anos partir é difícil de suportar”, disse.

O artista explicou que a relação entre ambos não se resumia apenas na música, mas há uma união de irmandade, que os levou a partilharem a mesma casa e a enfrentarem várias dificuldades juntos. “Por isso, a sua morte leva automaticamente uma parte de mim”, lamentou.

Gato Bedseyele garantiu que, apesar de partir, vai recordar o companheiro para o resto da vida, pois para si todos os momentos que viveram são especiais e merecem ser imortalizados.

Por outro lado, o jornalista Nguxi dos Santos, que mantinha uma relação de amizade com Tubarão, considerou o antigo baterista uma figura que merece ser lembrada e servir de referência, sobretudo para a nova geração.

Nguxi dos Santos sublinhou, ainda, que a melhor forma de recordar Tubarão é continuar a lutar por algumas das suas causas, como por exemplo, a de ajudar a resolver os vários problemas no país que o entristecem, com destaque para os do sector da Educação e Saúde.

A vice-presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores – Sociedade de Autor (UNAC-SA), Conceição Diamante, em representação da Comissão Directiva da instituição, disse que foi com muita tristeza que tomaram conhecimento do passamento físico de Tubarão, por isso endereçaram à família enlutada sentimentos de pesar.

Conceição Diamante destacou, também, que é preciso recordar que o artista morreu, mas a sua arte permanece viva. “Esse dado torna presente, para sempre, a figura de Tubarão nas nossas vidas”.

O irmão do malogrado, Elídio Malebo, afirmou que o artista foi como um pai para ele, sendo uma figura presente e que lhe ensinou muitas lições da vida. “Foi um familiar muito preocupado com o bem estar de todos. Quando surgia algum problema, sempre estava disposto a ajudar”.

Além disso, disse, aconselhar era típico do mesmo. “Elídio, não te percas do foco, estudar e trabalhar são as únicas formas de se vencer na vida”, expressou, imitando as palavras outrora utilizadas pelo irmão.

Por outro lado, Ket Hagaha, um outro integrante do Afro Sound Stars, que reside na Bélgica, em declarações ao Jornal de Angola, via WhatsApp, afirmou que Tubarão foi um dos pilares do grupo. Sem um baterista com a sua dedicação, continuou, o conjunto não teria chances de ascensão no mundo da música.

Segundo o interlocutor, Man Tubas, como também era chamado, foi um homem de cultura e um fervoroso amante da música tradicional do povo angolano.

“Foi uma pessoa com boa aura, por onde passasse fazia vários amigos e provocava muitos sorrisos nas pessoas. É, decididamente, uma perda irreparável, mas, onde quer que esteja, Man Tubas estará sempre no meu coração”, assegurou.

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