Luanda acolhe festival de Kizomba

A cidade de Luanda vai acolher, entre amanhã e domingo, três actividades culturais para celebrar a elevação do estilo de dança e música Kizomba a Património Imaterial Nacional, numa iniciativa da Associação Original Kizomba, que vai contar com a presença de convidados nacionais e estrangeiros.

A jornada tem início, amanhã, às 9h, com a realização de uma conferência internacional sobre Kizomba, no Hotel Intercontinental, em Luanda.

Para sábado, está agendado um concerto do músico Eduardo Paím, no Miami Beach, e a última actividade está prevista para domingo, na Baía de Luanda, no quadro do Projecto Kizomba na Rua.

A informação foi avançada, ontem, por Zeco Castelo Branco, porta-voz da Associação Original Kizomba, organização angolana criada há 11 meses com o objectivo de promover e massificar este estilo de dança e música.

“Na sexta-feira, vamos realizar, das 9h às 16h, no Hotel Intercontinental, uma conferência internacional, com oficinas de música, dança, palestras e debates em torno da Kizomba. Vamos discutir aspectos científicos da importância da Kizomba, a experiência dos DJ, passistas (não bailarinos), músicos e dos ganhos económicos para o país, que serão apresentados por oradores angolanos e estrangeiros, com particular destaque para Eddy Compper, uma das referências da música e actual ministro da Cultura da Martinica”, disse Zeco Castelo Branco.

No sábado, 25 de Maio, Dia de África, acontece no Miami Beach, das 18h às 24h, a Festa de Celebração da Kizomba. “Eduardo Paim, um dos pioneiros do estilo musical, actua em concerto e no mesmo lugar vamos ter momentos em que os passistas, músicos e DJ’s serão homenageados”, anunciou.

A Associação Original Kizomba marcou para domingo uma deslocação à Baía de Luanda para juntar-se aos grupos de dança e ao Projecto Kizomba na Rua, para um momento de dança de rua, animação cultural, confraternização e troca de experiências.

“A Baía de Luanda tem sido seguramente o local onde se nota o movimento frenético de nacionais e estrangeiros que não perdem a oportunidade para dançar este estilo no Projecto Kizomba na Rua. Este espaço tem sido um dos melhores palcos onde os turistas se deslocam para aprenderem a dançar Kizomba”, indicou.

Zeco Castelo Branco garantiu que os preparativos para a conferência e festival decorrem a bom ritmo. “Durante os três dias de festa, haverá manifestações culturais com a participação de artistas, passistas, produtores de eventos, agentes culturais, de turismo, adidos culturais e chefs da gastronomia angolana”, frisou. O também passista Zeco Castelo Branco olha para a expansão da dança a nível internacional como muito bom e que o país deve capitalizar este ganho para atrair investimento.

A título de exemplo falou da existência de um grande movimento no Quénia, onde recentemente um produtor angolano exibiu um documentário sobre a Kizomba.

Com isso, avançou, já se pode ver a importância que alcançou a Kizomba a nível nacional e internacional.

“Agora, posso afirmar que já podemos encarar a Kizomba como um símbolo de turismo”, assegurou.

Para Zeco Castelo Branco, a Kizomba atingiu uma dimensão elevada que precisa de mais eventos para atrair turistas e continuar a promover a cultura, dança e música angolanas.

Na sua opinião, foi preciso os estrangeiros começarem a dançar Kizomba para que os angolanos valorizassem mais o estilo, apesar de ser um movimento que já existe há anos em Portugal.

O objectivo da associação é organizar anualmente um Festival Internacional de Kizomba, na qual junta todos os promotores de eventos, agentes culturais e os demais intervenientes deste movimento global.

“Estamos regozijados com esta tomada de posição do Executivo em elevar a Kizomba a Património Imaterial Nacional, por forma a conservar a nossa cultura. Particularmente, a Kizomba é de Angola e nós precisamos de fazer mais para sermos reconhecidos dentro e fora de Angola. A Kizomba e o Zouk têm uma fusão. É importante que conheçamos a história da Kizomba, música e dança, estão interligadas, não podemos separar isso”, afirmou.

O porta-voz da Associação Original Kizomba apela a quem de direito a prestar mais atenção e interesse pelo estilo, garantindo que se assim acontecer, a Kizomba como música e estilo de dança vai ser vista de maneira diferente e só pode esperar que seja elevada a Património Mundial da Humanidade.

Recentemente, Zeco Castelo Branco foi distinguido na Gala de Kizomba da Mukano Produções, pelo contributo e impulso que tem dado ao estilo, através do programa de rádio “Kizombas da Lac”, emitido aos sábados à tarde, na Rádio Luanda Antena Comercial ( LAC) .

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