Os músicos Lokua Kanza e Dodó Miranda interpretaram, domingo, o tema “Meu Amor”, depois de 27 anos, durante o encerramento da terceira edição do Festival Internacional Angojazz.
A interpretação do tema “Meu Amor” foi acompanhada em uníssono por um público composto por quatrocentas pessoas, que vibrou e almejava ver de perto uma das grandes referências da música africana.
A terceira edição, que decorreu de quinta-feira a domingo, no palco do Palácio de Ferro, em Luanda, homenageou Jerónimo Belo, conhecido divulgador do jazz no país. Esta edição do festival teve como objectivo gerar reflexão sobre a produção artística, a partir de uma programação formativa, estimular a prática musical ampla, o intercâmbio de experiências e a formação de novos parâmetros da música Jazz.
Para dar início à actividade, a Orquestra CBB subiu ao palco para fazer as honras da casa, com a interpretação de quatro temas clássicos, seguido pela actuação do grupo Ibiyewa, com igual número de músicas interpretadas, dando sequência à actuação da dupla Gonçalo Marques e Bruno Santo, das cantoras Marília Lima, Mariana Martinez e do músico Dodó Miranda.
Já no último momento, o público ansioso clamava em uníssono pelo músico Lokua Kanza, que foi recebido com fortes aplausos e o público apinhado. O músico abriu a sua actuação com o tema “Wapi Yo”, que deixou o público emocionado.
No fim da actividade, o músico Dodó Miranda, que revelou ter uma relação de irmandade com Lokua Zanka, disse que foi emocionante fazer o dueto com o cantor, sobretudo ver a grande festa em torno do jazz. “O jazz é uma unidade dos povos e uma linguagem universal em que todos se revêem, onde conseguem interagir e comunicar.”
“Foi gratificante poder fazer o dueto pela segunda vez. É sempre satisfatório partilhar o palco com alguém que ouvía-mos quando pequeno, e hoje conseguimos ver de perto e beber da fonte”, concluiu.
Já Lokua Zanka, que ficou emocionado ao ver o público a cantar as suas músicas, explicou que pretende ajudar os artistas angolanos a progredirem, sobretudo a atrair os artistas do mundo inteiro para descobrir Angola”, disse o músico, acrescentando que “Angola é um país com músicos incríveis, se fizesse um dueto com um cantor angolano seria com o Dodó Miranda”.
O líder da Banda Angojazz, Dimbo Makiesse, que considerou a terceira edição de positiva, disse que a adesão foi maior em relação a anterior. “Todas as expectativas foram alcançadas e superadas, hoje o público vibrou e apareceu em massa para dar as boas-vindas ao grande Lokua Kanza”, sublinhou Dimbo Makiesse.
“Actualmente, o público angolano já tem uma sensibilidade ao ouvir o estilo de música jazz, os improvisos já fazem sentido, as notas e escalas alteradas já não são estranhas. O nosso público agora entende o que é diminuta, é sinónimo de que temos um público alargado para o estilo jazz”, acrescentou.
Quanto aos próximos projectos, Dimbo Makiesse explicou que pretendem continuar com a realização de seminários, reforçando que não se limitam apenas em subir ao palco e tocar, mas, também, passar a informação e a experiência. “Além dos concertos em Luanda pretendemos fazer em outras províncias”.
A Banda Angojazz, liderada pelo pianista Dimbo Makiesse, foi criada a 24 de Maio de 2019. É um projecto composto por rapazes que têm em comum o objectivo de fazer chegar o jazz a um público mais eclético. Durante as suas exibições apresenta um repertório de jazz, que reflecte a cultura angolana do tradicional ao moderno, tocando, assim grandes padrões de jazz com influências do kilapanga, semba, massemba e Tchianda.