O corpo do músico e compositor Justino Handanga vai ser enterrado na quinta-feira, às 10h00, no cemitério Municipal do Bailundo, província do Huambo, sua terra natal, informou esta segunda-feira, o músico e amigo do malogrado Bessa Teixeira.
Músicos e amigos de longa data choram a morte por doença do cantor e compositor da província do Huambo, Justino Handanga, ocorrido ontem, no Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, na capital do país.
O músico Bessa Teixeira deu a conhecer, que a família, amigos e músicos tiveram uma reunião com a direcção provincial da Cultura e Turismo do Huambo, onde ficou acertado a data do funeral de Justino Handanga autor de sucessos como “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho Saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”.
Segundo Bessa Teixeira, o corpo do músico chega ao Huambo na manhã de quarta-feira, e vai à sua residência, onde a urna com os restos mortais do malogrado vai ficar em câmara- ardente, até aos dia da realização do funeral.
Nesta ora de dor e tristeza, afirma, ser difícil descrever a dimensão de Justino Handanga como pessoa, músico, chefe de família e homem de cultura, por tudo o que fez em prol da cultura nacional, em particular à música.
Justino Handanga, confessa, tinha um sentido de humor invulgar que transmitia alegria por aonde passava. “Era sempre um homem alegre, assim como gostava de fazer rir os amigos e colegas da música. O país perdeu um grande músico e camarada que deve ser lembrado pelos seus feitos.”
Como músico, explica, tem grandes recordações. “Lembro-me das minhas viagens à África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, entre outros países da região, e ouvia sempre, nas rádios e nos táxis, a tocarem as músicas de Justino Handanga. Foi assim que tive a noção da sua referência no continente africano e no mundo, pelo seu estilo que o caracterizou como um ícone no music hall nacional.”
O ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, disse, em nota de condolência que foi com enorme pesar, que o órgão que dirige tomou conhecimento do falecimento do artista Justino Handanga, vitima de doença.
O titular da pasta da Cultura, destacou o percurso artístico do malogrado marcado por vários sucessos, interpretados, sobretudo em umbundu, tendo lançado dois discos no mercado, o “Ondjonguele Ya Telisiwã” (2004) e “Homenagem ao Empresário Valentim Amões”, em 2011.
Nesta hora de luto para a Cultura Nacional, Filipe Zau e o colectivo de trabalhadores do ministério da Cultura e Turismo, endereçam à família enlutada, os sentimentos de pesar.
Trajectória de Handanga
Justino Handanga, nasceu a 1 de Janeiro de 1962, na aldeia Ndoluka, comuna da Luvemba, município do Bailundo, província do Huambo. Tem dois discos no mercado, o primeiro “Ondjonguele ya Talisiwã”, expressão umbundu, que em português significa “Alvo Antigo”, lançado em 2004. O segundo disco foi uma homenagem ao empresário Valentim Amões, publicado em 2011.
Em 2005, participou na 15ª edição do Top dos Mais Queridos da Rádio Nacional de Angola (RNA), onde ficou em 3° lugar, com a canção “Paulina”. No ano de 2006, ficou em quinto lugar, tendo partilhado o mesmo palco com o saudoso músico Bangão.
O malogrado é autor dos sucessos como “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho Saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”. Ingressou nas fileiras da Polícia Nacional de Angola no dia 10 de Outubro de 1992, após ter cumprido serviço militar na antiga FAPLA.
Iniciou a carreira musical na década dos anos 80, após ter perdido os pais. Aos cinco anos, participa no concurso de música infantil “Pio-Pio”, na altura era realizado aos domingos, pela Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), no município do Bailundo.