A morte de Manuel Claudino da Silva “Manuelito” continua a merecer reacções de instituições, que consideram o artista como um homem que sempre esteve comprometido com a história da música popular e urbana de Angola.
Neste momento, o óbito está a decorrer na sua residência no Condomínio da Sonangol, no Camama. O velório acontece, amanhã à noite, no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, e o funeral, na quinta-feira, em cemitério a indicar, de acordo com Eliseu Major, secretário-geral da União Nacional dos Artistas e Compositores – Sociedade de Autores (UNAC-SA), que em nome da instituição lamentou a morte do associado.
Ontem, chegaram à redacção do Jornal de Angola mensagens do ministro da Cultura, do Bureau Político do MPLA, da Associação Provincial do Carnaval de Luanda “APROCAL, da Liga das Associações de Carnaval de Angola “LACA” , da União Nacional dos Artistas e Compositores e do Conjunto Os Kiezos.
O ministro Filipe Zau, em seu nome e do Ministério da Cultura, manifestou consternação que sente neste momento de dor pela morte de uma das maiores referências da música nacional proveniente do Zangado e Marçal.
A APROCAL e a LACA, duas associações ligadas ao Carnaval, em que o malogrado esteve no surgimento, também reagiram à triste notícia. A APROCAL, em nota assinada pelo presidente Tany Narciso, destaca o envolvimento de Manuelito como ex-secretário-geral desta associação.
“Esta partida inesperada abala a cultura nacional e, em particular, o Carnaval, pois com os conhecimentos e experiências tinha ainda muito a dar e transmitir às novas gerações”, escreveu Diogo Colombo, secretário-geral da LACA.
O Bureau Político do Comité Central do MPLA enviou uma nota de condolências, onde destaca os feitos de Manelito em prol da música angolana. “Camarada Manuel Claudino da Silva, músico, patriota, militante, de 72 anos de idade, natural de Luanda, foi membro integrante do Agrupamento musical Kissanguela, tendo pertencido a outros agrupamentos musicais, que muito contribuíram no processo revolucionário, para a Independência do nosso País”.
Na mesma nota, o Bureau Político do Comité Central do MPLA realça que “Manuelito, como era conhecido entre os seus contemporâneos e camaradas de caminhada, sempre demonstrou uma consciência artística comprometida com a história da música popular e urbana de Angola e de Luanda, particularmente. Nesta hora de profunda consternação, em nome de todos os militantes, amigos e simpatizantes, o Bureau Político, curva-se perante a memória do malogrado e endereça os sentidos pêsames à família”, lê-se na nota.
Manuel Claudino da Silva “Manuelito” faleceu sábado, dia 26 de Outubro, em Luanda, vítima de doença. O artista nasceu em Luanda no Bairro Zangado, a 2 de Julho de 1952, foi uma das referências dos bairros Marçal e Zangado, membro integrante do conjunto Kissanguela, grupo musical angolano fundado em 1974. Teve passagens pelos agrupamentos como “Os Mulojis”, “Os Corvos”, “Águias Reais”, “Kissanguelas”, “Os Merengues”, e, uma das vozes dos “Kiezos”. Manuelito foi um dos promotores da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL).