A cantora e compositora angolana Ângela Ferrão reconheceu, ontem, em Luanda, o papel dos órgãos de comunicação social, porque ajudam na divulgação dos artistas, das suas obras e composições.
Em declarações sobre o balanço do trabalho realizado este ano, Ângela Ferrão explicou que não concretizou todos os projectos, porque faltou vender mais o seu segundo disco intitulado “Minhas Raízes”.
A artista disse que conseguiu terminar o trabalho e apresentou ao público de forma experimental, em 2017, mas “as vendas não correram bem, porque foi num dia que aconteceu muitas situações que contribuíram para que as mesmas não fossem feitas com sucesso”, contou.
Outro projecto não concluído este ano, desvendou, foi a não gravação do vídeo- clip de duas músicas novas, mas, infelizmente a questão financeira nos impediu de fazê-lo, por isso, acredita que deve trabalhar mais.
Ângela Ferrão argumentou que mesmo não tendo conseguido a materialização dos projectos, jamais ficou parada e participou de vários concertos de colegas, realizou espectáculos e actividades em Luanda e nas outras províncias do país.
A cantora contou, ao Jornal de Angola, que fez a gravação de uma música nova, em homenagem ao cantor Bonga, um projecto da Rádio Vial, por este feito e outros, considerou ter sido um ano desafiador e com um saldo positivo.
“Há muitas outras coisas que realizei que acabo por não me lembrar, mas, para além da capital do país, cantei nas províncias da Huíla e Lunda-Norte. Gosto de cantar, fazer duetos e levar a minha musicalidade nos quatro cantos de Angola e na diáspora e, isso foi possível neste ano, entretanto agradeço a Deus e às pessoas que gostam do meu trabalho”, reconheceu.
Nas províncias da Huíla e Lunda-Norte, disse, foi surpreendida pelo público por mostrar que conhecem as canções que compõe, porque às vezes fica-se com a impressão de que é só Luanda, Benguela e Cuanza-Sul, esta última por ser a terra que nasceu.
“Nestas duas províncias que passei este ano, o público cantava as minhas músicas do princípio ao fim e isso me deixou bastante surpreendida”.
A autora do sucesso “Wanga”, reconheceu o papel dos órgãos de comunicação social, sobretudo, o Jornal de Angola, porque ajudam na divulgação dos artistas, as suas obras e composições.
“Daí que o trabalho da comunicação social é muito rico, por isso, devemos agradecer por isso. Um dos meus fãs disse-me que se casou com uma das minhas composições, para mim é gratificante”.
A música, assegurou, é a melhor das artes, porque serve como uma terapia e limpa a memória das pessoas que ouvem. A artista disse que quer ter ainda vários encontros com os colegas e participar de concertos até ao final do ano.
Para o ano de 2025, garantiu que vai concluir o trabalho que está a ser feito do seu segundo disco e fazer mais vendas e sessões de autógrafos, assim como continuar a compor, porque ficou um tempo sem escrever novas músicas.
Ângela Ferrão nasceu a 7 de Maio, em Amboim, província do Cuanza-Sul, e desde tenra idade que demonstrou o seu talento musical, começando a cantar aos cinco anos, idade que participou do programa infantil “Piô Piô” da Rádio Nacional de Angola (RNA).
Influenciada pelo pai, que também era cantor e compositor, deu os primeiros passos na música e continuou a trilhar um caminho de sucesso. Durante a carreira, Ângela Ferrão lançou vários discos com realce para “Wanga” e “Minhas Raízes”.
Hoje a cantora é conhecida através dos seus sucessos musicais nos temas “Não te vai embora”, “Angelina”, “Sala Kanawa”, “Céu azul”, “Kamuyaya”, “Lázaro”, “Xinga” e “Wanga”, música que deu título à primeira obra discográfica da artista.
Ângela Ferrão continua a encantar o público com a sua voz e a paixão que tem pela música. A jornada artística que tem, é inspiradora e continua a brilhar em palcos nacionais.