O músico Anderson Mário falou em entrevista sobre uma realidade que se instalou recentemente em Angola, onde fãs e o povo, de forma geral, exigem das figuras públicas um posicionamento sobre assuntos sociais e políticos do nosso país.
O artista começou por considerar normal que os fãs queiram ter o apoio dos artistas em causas de bem para todos, sublinhando que não vê nada de errado nisso. Entretanto, deixou claro que Angola já não precisa de voz de guerra.
“Claro! Acho muito compreensível. Só precisamos ser mais sábios que inteligentes. Na minha humilde opinião, acho que Angola já não precisa de voz de guerra porque estaríamos a lutar por uma causa justa em uma guerra injusta”, disse.
Questionado se alguma vez se viu na posição daqueles que hoje fazem tais “exigências” aos artistas e não só, o filho da dona Olga responde: “Já, claro!! Eu cresci do lado da plateia. Subi no palco muito recentemente… Quando se pede com dor, ouve-se com dor. Ninguém aprecia uma bela paisagem em alta velocidade. Precisamos nos ajudar a abrandar”.
O artista lembrou que o maior derramamento de sangue da história de Angola foi numa guerra interna, entre os próprios angolanos, terminando com uma reflexão sobre a mudança de que tanto se fala.
“Não estamos a conseguir mudar a história de uma Nação, “Que tal começarmos a mudar a nossa própria história?” Talvez consigamos mudar a nossa terra sem derramar nem mais uma gota de sangue”.