O rapper angolano Addy Buxexa marcou presença no podcast “Mercado Lusófono”, apresentado por Miro Vemba e Scaitt Borrabeu, onde abordou temas variados ligados ao RAP nacional, dentre a ascensão de 12 Furos, a rivalidade com o grupo Monopólio e o panorama actual do rap da nova escola em Angola.
Durante a entrevista, Buxexa não hesitou em tecer elogios ao rapper 12 Furos, apesar dos choques que o envolvem com o colectivo Monopólio, liderado por Kelson Most Wanted, irmão de Addy Buxexa. “A arte dele é top… eu estaria a ser estúpido se dissesse que não”, declarou o rapper, afirmando, contudo, que o jovem está a ser mal aconselhado: “O 12 Furos está a ser usado. Já vi muitos 12 Furos em Angola.”
Buxexa defendeu que 12 Furos não precisa mudar o seu estilo para alcançar sucesso comercial. “Com esse rap dele, ele pode fazer muito ‘kumbú’”, observou, dizendo que o rapper não precisa cantar futilidades. Ainda assim, lançou uma previsão: “Vamos conversar daqui a três, quatro anos e ver como ele estará.”
O rapper, conhecido por integrar o grupo TRX Music, aproveitou o espaço para avaliar o actual estado do RAP angolano. Sem rodeios, afirmou: “O movimento está fraquinho… nem TRX, nem Mobbers, nem CBG, nem Lebasi, não estão a cantar nada.” Quando questionado sobre o papel dos beefs no dinamismo do game, respondeu com expectativa: “O Kelson Most Wanted vai lançar, esperem!”
Apesar da crítica geral ao RAP, Addy Buxexa destacou positivamente a música nacional em outras sonoridades, mencionando nomes como C4 Pedro, Chelsea Dinorath, Anderson Mário e, com maior ênfase, o grupo Sintonia 07, que tem conquistado grande notoriedade com temas como “Labo”, “Estou Leve” e “Dobra”. Sem desmerecer os Sintonia 07, Addy afirmou que “os rappers deviam preocupar-se com isso”.
A participação de Addy no Mercado Lusófono voltou a levantar o debate sobre o RAP em Angola, as confusões entre os grupos e a importância de haver mais verdade e união no movimento. Para ele, esses assuntos precisam de mais atenção por parte dos artistas.
