Beefs e oposição política marcam o segundo cypher da Zone Muzik

Na madrugada deste domingo, 6, a Zone Muzik lançou de surpresa o”Cypher Zone Muzik”. Embora existam muitos, mas para Naice Zulu, este novo lançamento é a terceira edição de cyphers em Angola, uma vez que Zulu fez parte “XL Cypher Bees 2015 Part. #6” ao lado de Cef Tanzy, Raiva, Naice Zulu, MC Cabinda, onde o rapper identificou o mesmo como o primiro cypher, e também e do “XL Cypher – Zone Muzik”, sendo considerado como o segundo.

O “Cypher Zone Muzik” trouxe para os microfones Leonardo Freezy, BC, Nigga Jó, Eddy Flow e Naice Zulu. A grande novidade desta edição foi a estreia de Leonardo Freezy na produtora, marcando sua entrada na label com versos carregados de provocações e rimas afiadas. Freezy não perdeu tempo e voltou a aquecer o rap game com ataques directos aos rivais Monsta e Deezy, mantendo viva a disputa com ambos, iniciada no seu single anterior “O Vilão”. No cypher, o rapper deixou claro que “isso não vai arrefecer”, reacendendo as disputas com os dois.

Um dos momentos mais comentados foi a introdução de BC por Naice Zulu, que, em seu estilo de humor e provocador, lançou uma barra dirigida a Kelson Most Wanted, da TRX Music: “Como todo OG Mujinga Luhunzo dispensa apresentação. Quando ele começou a rapar, Kelson Most Wanted ainda era ‘espermatozoide'”, reforçando a trajectória veterana de BC no rap angolano.

BC, conhecido por suas letras provocadoras e críticas afiadas, focou não apenas em outros rappers, mas também em questões políticas, o que não é novidade quando se trata de BC. Ele deixou claro ao movimento que o seu “beef não é com rappers, meu beef é com o ‘M'”, referenciando o partido no poder em Angola, o MPLA. Além disso, BC não poupou artistas e figuras públicas, criticando Pyrack Need U por ostentar com recursos ilícitos, e sugerindo que Djee M é um bom improvisador, mas que Fly Skuad o supera nas batalhas verbais. BC ainda ironizou os activistas sociais e os comparou a podcasts, sugerindo que ambos servem como distração.

Outro ponto de destaque foi o retorno de Nigga Jó à Zone Muzik, após um tempo afastado. Introduzido por Naice Zulu como “o único Prodígio verdadeiro”, Nigga Jó aproveitou a ocasião para lançar barras provocativas contra Deezy, Dji Tafinha e a Dope Muzik, além de desferir ataques a grupos como Young Family e CBG, ironizando ao chamá-los de “LGBT”.

Eddy Flow, conhecido por suas rimas recheadas de duplos sentidos e trocadilhos, também marcou presença, mantendo-se fiel ao seu estilo irreverente. Em seu retorno aos estúdios, após um período afastado, o rapper CEO da ANA (Associação Nacional dos Agarrados) fez questão de mostrar que sua habilidade lírica continua afiada.

Naice Zulu, o último a assumir o microfone, encerrou o cypher com rimas fortes, carregadas de críticas tanto à cultura musical quanto à política angolana. O rapper não apenas clamou pelo trono do rap angolano, referindo-se a Big Nelo, como também atacou figuras políticas e celebridades, cuspindo versos ácidos sobre líderes de oposição e influencers: “querem ser Presidente, mas também namoram à toa/ líder da oposição foi amante da Mel Gamboa/”, e que influencers recém feitiço e prostituem-se “por um milhão de views”.

Com o lançamento do “Cypher Zone Muzik”, a Zone Muzik reafirma sua posição como uma das maiores labels do rap em Angola, trazendo para o público um conteúdo recheado de provocações, críticas sociais e uma fusão única entre veteranos e uma nova geração.

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