A rapper angolana K-Pinha recentemente participou do programa online “Viva Arte,” da Congo Records TV, apresentado por J-MC (João Moniz Congo), disponível no YouTube. Durante a entrevista, K-Pinha não poupou palavras ao partilhar detalhes sobre sua jornada artística, desde os primeiros passos na Namíbia até as experiências conturbadas nas produtoras em Angola.
Sem lembrar exactamente de datas, K-Pinha contou que sua paixão pela arte começou em Angola, antes mesmo de se mudar para a Namíbia, onde iniciou sua carreira musical ao lado de uma amiga chamada Sweet. Ao retornar a Angola, a rapper participou de um casting competitivo, que durou quase três meses e contou com a avaliação de figuras renomadas no movimento angolano, como Father Mack, Kool Klever e MC Cabinda. Entre mais de 70 meninas, K-Pinha se destacou, sendo a mais notável em todas as fases do processo.
Após essa experiência, K-Pinha foi convidada por Naice Zulu para integrar a produtora Zone Muzik, onde chegou a trabalhar no seu primeiro single. No entanto, o mesmo não chegou às ruas devido a um assalto ao estúdio. Posteriormente, a rapper juntou-se à Power House, liderada por Hochi-fu, mas sua passagem pela produtora foi marcada por conflitos e desrespeito.
Durante a entrevista, K-Pinha revelou que, na Power House, foi incentivada à prostituição para obter mais audiência e patrocínios. A rapper mencionou ainda que, ao adoecer, não recebeu o apoio necessário de Hochi-fu, o que contribuiu para sua decisão de deixar a produtora. Quando questionada sobre a existência de prostituição na música angolana, K-Pinha afirmou que “80 ou 98% sim” mencionando nomes como Flor de Raiz, Samara Panamera e Vanda Mãe Grande. Segundo a rapper, algumas artistas se veem obrigadas a abrir mão de seus valores para alcançar o sucesso.
Sobre o movimento rap feminino em Angola, K-Pinha foi crítica, afirmando que actualmente as rappers não têm flows, skills ou imagem, e que estão tentando inovações que não estão dando certo. Ela também mencionou que o movimento precisa de uma “arrumação,” algo que pretende fazer com seu retorno.
K-Pinha revelou também que Lil Jorge e Dji Tafinha estão entre os rappers com quem já se envolveu, além de alguns produtores. No entanto, a rapper destacou que, apesar de respeitar pioneiras como Dona Kelly e Girinha, não considera que haja uma “Rainha do Rap” em Angola.
Por fim, K-Pinha revelou que estava escalada para participar do remix da música “Fuba,” lançada em 2013 e interpretada por Eva RapDiva, Khris Mc, Girinha, G Pamella e Níria Wolf, mas foi excluída do projecto por influência de Eva RapDiva.
Para mais detalhes sobre esta entrevista, assista abaixo à conversa completa com K-Pinha.