Uma das cantoras mais conceituadas de Angola, Yola Semedo, dona de uma voz invejável fala abertamente “sem medo”, sobre o caso de Isabel dos Santos em uma cadeia televisiva.
A investigação, já conhecida como Luanda Leaks e divulgada em dezenas de países, descobriu que “Santos, seu marido e intermediários construíram um império com mais de 400 empresas e subsidiárias em 41 países, incluindo pelo menos 94 em jurisdições sigilosas como Malta, Ilhas Maurícias e Hong Kong”.
Na última década, essas empresas conseguiram contratos de consultoria, empréstimos, obras públicas e licenças no valor de bilhões de dólares do Governo angolano”.
Isabel dos Santos já reagiu acusando meios de comunicação de racismo e reiterando que a sua “fortuna” é fruto de “caracter, minha inteligência, educação, capacidade de trabalho, perseverança”.
Com base em mais de 715 mil documentos financeiros e comerciais confidenciais e entrevistas, Luanda Leaks revela um estudo de caso de um problema global crescente: “governantes ladrões, muitas vezes chamados de cleptocratas, e seus familiares e associados transferem dinheiro público ilícito para jurisdições offshore sigilosas, muitas vezes com a ajuda de importantes empresas ocidentais”.
A partir daí, dizem os investigadores, “o dinheiro é usado para comprar propriedades, empresas e outros ativos valiosos, ou é simplesmente escondido, a salvo de autoridades fiscais e investigadores criminais”.